quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

MISSA: SACRIFÍCIO DO CORDEIRO DE DEUS


Quero colocar aqui algumas implicações do Sacrifício Eucarístico, isto é, da Santa Missa. Falar tudo é impossível, porque o Mistério Eucarístico é tão profundo quanto Deus mesmo é, porque é, de fato sua Ação eterna Divina no tempo, entre nós. Por isso coloco aqui algumas implicações. Poucas na verdade, comparado ao que realmente esse tema é.

A Eucaristia, desde o princípio do cristianismo, sempre foi a união principal dos cristãos. Era em volta da Mesa do Senhor que os seguidores de Jesus encontravam o conforto de Deus e percebiam sua Presença íntima, como se estivessem no Cenáculo naquela Quinta-feira trágica.
Na Missa encontramos o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo ressucitado (São Marcos 14, 22-24). “Tomai-O e comei; tomai-O e bebei”. É um mandamento do Senhor antes de sua Morte.
Quando o sacerdote da Igreja de Cristo (que é a pessoa que age como a Pessoa de Cristo na última Ceia) diz as Palavras que o Senhor Jesus Cristo disse na Ceia, o vinho deixa de ser vinho e se torna o Sangue de Jesus; o pão deixa de ser pão e se torna o Corpo de Jesus; mas a aparência física é a mesma, apesar de a realidade ser outra. Eis o mistério da fé, vai dizer o sacerdote após o Ato de Consagração. É um mistério penetrável somente pela fé pura.
Após esse momento, com Cristo, por Cristo e em Cristo presente e vivo sobre o Altar o sacerdote oferece ao Pai Eterno os dons e os méritos do povo de Deus, intercede pelo mundo, pela Igreja inteira, pelos que morreram. Pelo Cordeiro de Deus ali presente, o sacerdote pede misericórdia ao mundo todo, oferecendo o Sacrifício desse Cordeiro ao Pai para aplacar sua Justiça. Logo após, os fiéis se dirigem até o Altar e comem e bebem a Ceia do Senhor, onde é oferecido a Sua Vida completa: Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
Na Páscoa dos judeus era oferecido a Deus um cordeiro imolado e depois esse cordeiro era dado como alimento para as pessoas da casa. Na Nova Páscoa é Deus mesmo que dá seu próprio Cordeiro, Jesus Cristo vivo, como Sacrifício e Alimento. Como Jesus é Deus, estamos entrando em comunhão com o Criador eterno, santo, misericordioso, poderoso, infinito em todas as suas qualidades. O que mais qualquer outra criatura poderia querer?
Você pode não acreditar nisto, mas os satanistas e as bruxas acreditam na Presença real de Jesus Cristo no Pão e no Vinho consagrados por um sacerdote católico. Há algum tempo atrás fiz um estudo sobre o que faziam os satanistas na Missa Negra, que é uma paródia da Missa católica. Você ficaria horrorizado com o que lá acontece. Para tanto, eles chegam a roubar a Hóstia consagrada na Igreja católica para realizar profanações nos altares dedicados ao diabo. Muitas vezes acontecem roubos de Hóstias nas Igrejas católicas após arrombamentos dos templos, ou mesmo pessoas que vão à Missa somente para levar as Hóstias embora. Vi até o testemunho de uma ex-bruxa de Nova Orleans, nos Estados Unidos, dizer que eles sabem até a diferença de uma Hóstia consagrada de uma não consagrada, somente ao vê-la.
E eles só roubam os Pães consagrados em altares católicos. Eles crêem na Presença real de Jesus no Altar católico.
E me dói dizer que tem católico que não acredita, que acha que é apenas simbólico. Os satanistas sabem que não é simbólico, o diabo sabe que não é.
Na Missa ocorre o Santo Sacrifício de Jesus na Cruz. Por isso ir à Missa é muito importante, porque enquanto o sacerdote oferece Jesus na aparência do Pão e do Vinho para aplacar a ira divina, você pode se oferecer a Deus e oferecer seus pedidos e necessidades por meio do sacrifício eterno e infinito de Jesus Cristo ali celebrado. Se Deus nos deu seu único e amantíssimo Filho por nós, o que não nos dará com Ele quando Lhe pedimos pelo Seu Corpo e pelo Seu Sangue?
Na Missa faz-se atual o sacrifício de Jesus, e é como se você estivesse diante da Cruz de Jesus lá no Calvário. A Missa faz presente hoje esse momento.
Ali são derramadas todas (todas!) as graças divinas, aplacado a justiça de pedir que você pague seus pecados (porque Jesus está sendo oferecido para pagar os seus); você está incorporado ao Corpo de Jesus; está sendo assistido pelo Pai enquanto Ele te olha por meio de Jesus; você recebe graças por Jesus; entra em contato com o Criador diretamente através do Corpo e do Sangue de Jesus, de sua Alma e Divindade presentes no Altar. O Deus Criador e Salvador está ali no Pão e no Vinho consagrados. Imagine: o Ser que criou o universo com seus mais de 120 bilhões de galáxias está ali presente e você pode entrar em comunhão com Ele.

Você entende o Poder infinito que entra em seu corpo e na sua alma no momento em que você coloca a Hóstia e o Vinho consagrados em sua boca e que pode curar sua alma de seus pecados e abre as portas do céu para você?

Quer ter comunhão com o Criador do universo? O meio mais eficaz e mais fácil é entrar em comunhão com o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo na Missa. Quantas horas você acha que teria que durar a Missa se Deus está ali fisicamente presente ali pelas aparências do Pão e do Vinho devidamente consagrados por um sacerdote católico?
Por isso um dos mandamentos da Igreja é ir à Missa no dia que se comemora a Ressurreição do Senhor Jesus Cristo. Jesus vai-se fazer fisicamente presente ali pelo Pão e o Vinho consagrados pelo sacerdote. Realmente presente, não simbolicamente. Ele estará ali realmente presente em Corpo, Alma e Divindade, assim como esteve presente em Israel há 2000 anos, porém, hoje, é o Cristo ressucitado que estará ali, não limitado pelo tempo, Deus e homem, apesar que sua Glória estará encoberta pelas aparências físicas do Pão e do Vinho. Ele estará ali, presente, nos esperando.

Então, fazer sua oração em casa é ótimo, mas participar do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, Homem e Deus, é infinitamente perfeito, porque o Poder que fez o universo está ali esperando por nós.


A Jesus Eucarístico a glória e a nós a Misericórdia!

tt

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

2012: ANO DO FIM DO MUNDO?

Estamos entrando no ano 2012 da Era Cristã. Uma suposta profecia Maia está assombrando alguns corações mundo afora. Essa suposta profecia diz respeito ao fim do mundo, segundo alguns peritos no assunto. Seria uma profecia que dataria o fim do mundo para 21 de dezembro de 2012. Será isso de acordo com a Verdade revelada por Deus através do Filho encarnado, Jesus Cristo?
O que diz a Tradição cristã que traz para nós o que Cristo revelou para nós?

Como se deve saber a Fé cristã não apoia em nada profecias como essa. Toda e qualquer profecia apocalíptica com data é considerada falsa pela Tradição Cristã.
O Fim do mundo não tem data, porque o Fim do mundo será inaugurado com a volta gloriosa de Nosso Jesus Cristo e a volta do Senhor não tem data. É isso que cremos segundo nos revelou a Sagrada Tradição no qual se vê escrito:

“Indo ele [Jesus] assentar-se no monte das Oliveiras, achegaram-se os discípulos e, estando a sós com ele, perguntaram-lhe: Quando acontecerá isto? E qual será o sinal de tua volta e do fim do mundo?” (São Mateus 24, 3)

Os discípulos perguntaram e o Senhor respondeu:

“Respondeu-lhes Jesus: Cuidai que ninguém vos seduza.” (São Mateus 24, 4)

“Então se alguém vos disser: Eis, aqui está o Cristo! Ou: Ei-lo acolá!, não creiais.” (São Mateus 24, 23)

“Se, pois, vos disserem: Vinde, ele está no deserto, não saiais. Ou: Lá está ele em casa, não o creiais.” (São Mateus, 24, 26)

O Senhor mesmo alerta sobre os cuidados para que ninguém nos enganasse a esse respeito. E Ele continua nos demais versículos do capítulo 24 de São Mateus a explicar os sinais que antecederão sua Volta e como ela será inesperada e repentina.
Ele diz que seu retorno será tão inesperado quanto um relâmpago:

“Porque, como o relâmpago parte do oriente e ilumina até o ocidente, assim será a volta do Filho do Homem.” 
(São Mateus 24, 27)

E Ele explica melhor:

“Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe, nem mesmo os anjos do céu, mas somente o Pai. Assim como foi nos tempos de Noé, assim acontecerá na vinda do Filho do Homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim será também na volta do Filho do Homem.” 
(São Mateus 24, 36-39)

A Hora do Senhor será uma hora não humana, isto é, uma Hora conhecida só por Ele. Por isso, toda e qualquer profecia sobre o Fim do mundo deve ser pautada nisto que o Senhor mesmo revelou: o Fim do mundo inaugurado pelo retorno glorioso de Nosso Senhor Jesus Cristo tem data imprevista, não conhecida por qualquer ser humano e nem pelos Anjos do Céu. É uma Hora que só a Trindade Santíssima conhece.
A Sagrada Escritura descreve essa Hora como o Dia do Senhor, significando assim que é um Dia ou uma Hora somente conhecida e reservada para Deus, para sua ação. Nesse Dia somente Deus agirá, para o bem dos que se salvam e para a perdição dos que se perdem. Será o cumprimento do que rezamos pelo Pai Nosso: Venha a nós o Vosso Reino, assim na Terra como no Céu. Deus, Ele mesmo, inaugurará (sem a ajuda humana) definitivamente seu Reino no mundo pelo seu Retorno glorioso.
Portanto, não há datas para isso.
Ninguém sabe, só Deus.
Só conhecemos os sinais da proximidade desse Dia.
Qualquer data para isso é mentirosa, isto é, contrária ao que ensinou o Criador encarnado, feito homem como nós, Nosso Senhor Jesus Cristo.
O resto é especulação infundada.

Que dia então será o Fim do mundo?

Na verdade, já estamos a caminho do Fim do mundo. A inauguração da espera para o retorno de Jesus Cristo e do Fim do mundo, portanto, já foi feita com a Ascensão do Senhor aos céus. Enquanto Ele subia dois Anjos apareceram e anunciaram que Ele voltaria do mesmo modo que O viam subir aos Céus. Nesse dia foi inaugurado a data de espera dessa Hora de Deus.
Por isso é preciso estar sempre de sobreaviso. O Senhor pode retornar em qualquer momento da História humana e dar fim ao mundo como o conhecemos, começando o Julgamento Final sobre todos as suas criaturas, humanas e angélicas. Assim se encerrará a Era como a conhecemos, e dará início ao que a Sagrada Escritura chama de Novos Céus e Nova Terra, o que designa uma Renovação de tudo o que conhecemos. Como será isso? Só Deus o sabe com exatidão. Apenas sabemos que a vida não será do mesmo modo que é agora, porque os salvos conviverão com Deus, e O verão face a face, tal como Ele é, por toda a eternidade. Isso é o que a Revelação o garante.
Portanto, para o Dia do Senhor, para o Fim do Mundo, temos que estar prontos e preparados, visto que somente os que seguem fielmente o Senhor serão salvos, porque esse será o Grande e Terrível Dia do Senhor, o Dia do seu Julgamento e Justiça. Assim o declara a Revelação divina.
Então, estejamos preparados. Nosso Senhor Jesus Cristo pode voltar HOJE.

Bom ano de 2012 a todos os leitores do Blog e que Deus abençoe cada vida com a graça da vida eterna.

tt





quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

AS ALMAS ESTÃO DORMINDO APÓS A MORTE?


John Schubert pergunta:

“Li seu blog e achei legal alguém se importar tanto com estudos da bíblia, então gostaria de tirar uam dúvida com você,
Lí na bíblia a seguinte passagem:
Ora, para aquele que está entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto).

Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento.

Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.
Eclesiastes 9:4-6
Ora, para aquele que está entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto).

Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento.

Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.
Eclesiastes 9:4-6

Segundo essa pasagem depois que morre já era e nã oacontece nada até Jesus voltar, ai não entendi aonde se encaixa o céu e inferno e o pulgatório.

Poderia me explicar isso, e me dizer onde encontro na bíblia essa explicação, principalmente do pulgatório?

Grato pela atenção

Abraço.”

A Sagrada Escritura não é um Livro pronto. Temos que ter em mente que ela não caiu do Céu com zíper e tudo e se fez presente no meio do Povo de Deus. Antes de tudo Ela foi vivida e depois escrita e só depois Ela foi tida como Palavra de Deus. Mas, como nos foi também revelado por são João no primeiro capítulo do seu Evangelho, Jesus Cristo é a Palavra de Deus. Assim como Jesus, que é cem por cento humano e cem por cento divino, assim também é a Palavra de Deus enquanto Escritura Sagrada – Ela é humana e divina, assim como Cristo.
Muitos assuntos na Sagrada Escritura foram sendo reveladas ao pouco ao Povo de Israel à medida que esse povo ia evoluindo em sua cultura e conseguia enxergar e viver essa Verdade. Como Israel era um povo supersticioso, porque saiu do meio de um povo supersticioso, era preciso que ele fosse educado, portanto Deus usou de pedagogia para revelar-se a esse povo, e também para revelar as verdades sobre a vida espiritual.
Isso é tanto verdade que o Povo de Israel esperava um Messias rei, assim como Davi, que os libertaria da tirania de outros povos e levaria Israel a ser a maior nação do mundo. Jesus Cristo nasceu como Rei, mas seu reinado é um reinado espiritual, nas almas dos cristãos, Ele é o Rei do Reino de Deus. Isso não tinha sido explicitamente revelado aos judeus e só foi possível entender isso depois da Ressurreição, porque até mesmo os Apóstolos esperavam um triunfo temporal de Jesus sobre todos os inimigos de Israel. Mas isso jamais ocorreu.
Muitas revelações bíblicas foram progressivas. Por exemplo: Deus não revelou seu nome de imediato; Deus não se mostrou como um Pai de imediato; Deus não proibiu o incesto de imediato, tanto é que antes de Moisés isso ocorria sem problemas; Deus não proibiu a poligamia de imediato, tanto que Salomão teve centenas de mulheres; Deus permitiu a pena de morte para os pecados de adultério e blasfêmia durante séculos e depois a proibiu veementemente; Deus “aceitou” o olho por olho e dente por dente durante muito tempo até que o proibiu; Deus aceitou o holocausto de animais até que o fez inválido. Deus usou de pedagogia com o seu Povo. Trabalhou com seu Povo segundo o que eles podiam suportar. Isso é evidente nas Sagradas Escrituras. Com relação com a Escatologia, isto é, ao estudo das coisas que acontecem durante e após a morte, não foi diferente. Deus não revelou tudo nos anos que antecederam a Vinda do Salvador. Mesmo por que o povo podia acabar invocando e adorando os mortos e por isso tentar entrar em contato com eles através da vidência, como faziam os povos ao seu redor, e o povo egípcio de onde eles saíram e trouxeram muitos dos seus costumes. Portanto, esse assunto não estava totalmente claro no Antigo Testamento, o que no Novo Testamento isso está explícito.
Contudo, em Jesus Deus se revelou completamente e revelou toda a Verdade. Não escondeu nada do que era necessário ao homem saber para sua salvação.
Jesus acreditava na imortalidade da alma e pregava sobre essa crença. Veja em Lucas 16, 19-31, a parábola que ele contou em que a alma viva e consciente do rico e de Lázaro estão no céu e no inferno, falando e pensando. O Senhor não contaria uma parábola que ensinasse um erro doutrinário. Jesus Cristo é a Verdade (São João 14, 6) e não ensinaria jamais uma mentira. Pode-se até ver que em nenhuma de suas parábolas ele conta um erro da razão ou que contradiga algo que Ele mesmo pregou.
Por conta da vida após a morte, o Senhor disse ainda: Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se” (São João 8, 56). Como Abraão poderia ver a Encarnação do Senhor se já estava morto? Ele viu o Senhor encarnado do mundo espiritual!
E mais, o Nosso Senhor Jesus Cristo falou: Ora, Deus não é Deus de mortos, e, sim, de vivos; porque para ele todos vivem.” (São Lucas 20,37-40). Nesse momento o Senhor estava refutando com os fariseus e saduceus sobre a Ressurreição dos corpos, porém, como Jesus sempre fez, Ele respondeu além. Ele falou da imortalidade da alma. Ele disse que Deus não é Deus de mortos, e que para Deus todos vivem. Ora, se o Senhor Jesus estivesse se referindo somente à ressurreição, Ele não teria tido que todos vivem para Deus, porque o que Ele quis dizer é que todos continuam vivos para Deus.
No episódio do Monte Tabor (São Lucas 9, 30-31)  em que o Senhor se transfigura para os três Apóstolos, aparecem-lhe Moisés e Elias. Sabemos que, pelo menos, Moisés morreu (Deuteronômio 34, 5) e foi colocado Josué como seu sucessor, assim como aconteceu com Pedro quando morreu. Moisés já estava morto e ainda apareceu para o Senhor. Como seria isso? Ele não estava dormindo esperando a Volta do Senhor e a ressurreição! Ele estava vivo em sua alma espiritual esperando a ressurreição do seu corpo que se tornaria incorruptível com a Volta gloriosa do Senhor!
O Senhor também declarou:

"os santos são como os anjos de Deus no céu" (S. Mateus 22, 30).

Ora, os anjos não têm corpos, assim, as almas viverão como os anjos no Céu.

Nosso Senhor deixou claro ao ladrão na Cruz que este estaria com Ele, ainda naquele dia, no Paraíso; e perceba que o Senhor Jesus só ressuscitou no terceiro dia, portanto o Senhor não ficou dormindo e o ladrão também não ficaria à espera da Segunda Vinda do Senhor no final dos tempos.

“E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
(São Lucas 23,43).

Após sua morte, Jesus, em alma (porque Ele é e era totalmente humano, portanto tinha uma alma imortal), "desceu" ao "mundo" dos espíritos e pregou aos que já haviam morrido:
Vemos isso explícito em I Pedro 3, 19-20:

“No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água.”

 E em I Pedro 4, 6:

“Porque por isso foi pregado o evangelho também aos mortos...”

São Paulo escreveu algo esclarecedor sobre a complexidade humana:

“Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5, 23).

São Paulo aqui “divide” o ser humano em três para explicar que Deus deve habitar em todo nosso ser: em nosso corpo físico, nossa alma e em nosso espírito.
E São Paulo vai dizer ainda:

"Para mim, viver é Cristo, e morrer é lucro... Sinto-me num dilema: meu desejo é partir e estar com Cristo, pois isto me é muito melhor...."(Fl 1, 21, 23)

Ele tinha consciência que depois que morresse iria viver com Cristo imediatamente.

E São João, no Apocalipse, vê almas de mortos que falam e oram:

“E havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. “E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a Terra.” (Apocalipse 6, 9)

E é muito explícito a Palavra do Senhor, mesmo no Antigo Testamento, que diz a Jeremias:

"E o Senhor disse-me: ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, a minha alma não se inclinaria para este povo; tira-os da minha face e retirem-se."
(Jeremias 15,1 ss)

Deus não é de mentiras. Moisés e Samuel já estavam mortos nessa situação que vivia o povo na época de Jeremias e Deus mostra que mesmo que esses dois profetas se colocassem para interceder, Ele não os ouviria. Ambos estavam mortos! Como poderiam eles falar com Deus mesmo mortos? Com certeza eles não estavam dormindo!

Portanto, com a chegada da Verdade, isto é, Jesus, foi-nos revelado completamente que, com a morte do corpo, a alma volta para Deus, consciente de seu estado e que fala, pensa e age, como seres humanos vivos. Portanto, existe vida após a morte em um estado até a Volta de Nosso Senhor Jesus Cristo, quando nossos corpos serão ressuscitados para se unirem às nossas almas.
Mas antes disso, nossa alma passará pelo juízo divino antes de ir para seu destino eterno.

“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.”
(Hebreus 9, 27)

Logo após a morte haverá o juízo com Deus, o que chamamos de Juízo Particular. E só no final dos tempos haverá o Juízo Universal ou Final.

Para finalizar, mais um texto sobre a imortalidade da alma humana:

“Outro anjo pôs-se junto ao ALTAR, com um turíbulo de ouro na mão. Foram-lhe dados muitos perfumes para que os oferecesse com as ORAÇÕES DE TODOS OS SANTOS NO ALTAR de ouro, que ESTÁ ADIANTE DO TRONO. A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com AS ORAÇÕES DOS SANTOS, DIANTE DE DEUS.” (Apocalipse de São João 8, 3-4)

Essas almas de mortos intercedem diante do Trono de Deus.

Bem, espero ter respondido claramente sua pergunta. A parte sobre o Purgatório responderei em outra postagem.

Que Deus abençoe você em sua busca pela Verdade.

tt

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

É NATAL

Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 5,33-36

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João:

Naquele tempo, Jesus disse aos judeus: Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. Eu, porém, não dependo do testemunho de um ser humano. Mas falo assim para a vossa salvação. João era uma lâmpada que estava acesa e a brilhar, e vós com prazer vos alegrastes por um tempo com a sua luz. Mas eu tenho um testemunho maior que o de João; as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor.
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Máximo de Turim
(? - c. 420), Bispo - Sermão 62

«Preparei uma lâmpada para o Meu Cristo» (Sl 132,17)

Na altura em que todo o universo se encontrava subjugado pelas trevas do diabo e o negrume do pecado reinava sobre o mundo, um novo sol, Cristo, Nosso Senhor, quis, nos últimos tempos e na escuridão da noite, espalhar a claridade dum novo dia. Antes de surgir esta luz, isto é, antes de que se manifestasse «o sol de justiça» (Ml 3,20), Deus anunciara já, pelos profetas: «Eu vos enviei todos os Meus profetas antes da luz» (Jr 7,25 [Vulgata]). Mais tarde, o próprio Cristo enviou os Seus raios, ou seja, os Apóstolos, a fazer brilhar a Sua luz e encher de Verdade a terra inteira, a fim de que ninguém se perdesse nas trevas. [...]
Nós, os homens, servimo-nos de lâmpadas para levar a cabo as nossas tarefas antes de o sol deste mundo nascer; ora, também o sol de Cristo teve uma lâmpada a preceder a Sua vinda, como diz o salmista: «Preparei uma lâmpada para o Meu Cristo» (Sl 132,17 [Vulgata]). O Senhor indica-nos quem é esta lâmpada, ao dizer, a respeito de João Baptista: «era uma lâmpada ardente e luminosa» (Jo 5,35). E o mesmo João diz de si próprio, como se fora o fraco clarão duma lanterna que se leva à nossa frente: «Mas vai chegar alguém mais forte do que eu, a quem não dou digno de desatar a correia das sandálias. Ele há-de baptizar-vos no espírito Santo e no fogo» (Lc 3,16); ao mesmo tempo, percebendo que a sua luz devia desvanecer-se perante os raios desse sol, diz: «Ele é que deve crescer, e eu diminuir» (Jo 3,30). Com efeito, assim como o clarão duma lanterna desaparece com a luz do sol, do mesmo modo o baptismo de arrependimento de João perde o valor com a chegada da graça de Cristo.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O BATISMO DE CRIANÇAS


O Batismo é a porta de entrada para o Reino de Deus. No Batismo a pessoa se torna filho de Deus (ao seu unir pelo Batismo ao Corpo de Cristo), recebe em sua vida a Vida divina e as graças necessárias para se salvar, torna-se membro do Corpo de Cristo, que é a Igreja, apaga o pecado original que acompanha todos os filhos de Adão, isto é, todos nascem sem a graça da salvação, sem os méritos infinitos de Cristo, méritos esses completamente necessários para a salvação eterna. E como se recebe essa Redenção de Cristo? A porta para essa Vida de Deus é o Batismo.
É necessário crer para receber a salvação? Sim, mas não necessariamente para o Batismo. Em nenhum lugar se diz para ser batizado é preciso crer, diz apenas que para ser salvo é preciso crer e batizar: as duas coisas, Fé e Batismo. Mas só se pode pedir Fé àquele que já pode crer, mas o Batismo pode ser dado a qualquer um, porque é necessário a todos os filhos e filhas de Adão. O crer pode vir depois quando a criança crescer.
O Batismo não é somente para perdoar o pecado original ou atual, mas também, como aconteceu com Cristo, é também para receber o Espírito Santo. Ele apenas se deixou batizar para cumprir preceito, para nos mostrar o que deve ser feito, porque Ele não tinha necessidade de se limpar do pecado original ou de algum pecado atual, porque Ele nasceu sem o pecado original, pois sua Mãe não Lhe transmitiu a "separação" de Deus que todo homem tem quando vem ao mundo.
Você pode dizer que não é ideal batizar bebês, mas Deus mesmo ordenou que se consagrasse todo menino de 8 dias de vida (8 dias de vida!), circuncidando-o no oitavo dia. A criança nem sabia o que estava acontecendo, mas mesmo assim já estava sendo consagrada a Deus pelas mãos de seus pais e do sacerdote da Antiga Aliança, isto é, a fé dos pais e do sacerdote já lhes garantia essa dádiva da consagração.

O Batismo é uma circuncisão da alma São Paulo mesmo escreve (Romanos 2, 25-29). Vê se que se circuncidava ao oitavo dia de vida, sem mesmo a criança saber o que lhe estava sendo ministrado. Mas, no futuro saberia e creria. Assim é o que acontece com o Batismo administrado aos bebês.

“Foram circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo da carne, a saber, a circuncisão de Cristo” (Cl 2,11), isto é, o Batismo.

Portanto, se era uso comum circuncidar os bebês, consagrando-os a Deus na Velha Aliança, na nova as crianças não têm direito de nascer de novo da água e do Espírito, quando elas também tem essa necessidade? ou as crianças não precisam nascer do Espírito Santo, não precisam ser consagradas a Deus, pela circuncisão de Cristo, no coração e na alma, recebendo a marca eterna dessa consagração através do Batismo?

Jesus disse: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus." 
(Evang. de São João, capítulo 3)

Se não nascer da água e do Espírito, isto é, pelo Batismo (circuncisão da alma e do coração) não entrará no reino de Deus. Esta Palavra de Cristo não é para todos os seres humanos?
Se damos o melhor para nossos filhos, roupas, calçados e comida, por que não dar o melhor do espiritual que é a redenção de Cristo, consagrando-os a Deus, permitindo que a criança se torne Templo do Espírito Santo desde seu primeiro dia de vida? (1 Cor 3, 16-17)
Pergunta-se então: mas não são inocentes de qualquer pecado esses bebês? Com certeza o são porque ainda não pecaram atualmente, porém, por serem descendentes de Adão e Eva, nascem separados da vida da graça, de Deus, da salvação, portanto.

"Certamente em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu a minha mãe."
(Sl 51,5)

"Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram." (Rm 5,12)

No início da Igreja já era costume o Batismo das crianças, como nos é provado historicamente, caindo assim a acusação dos Protestantes que diz que esse uso só surgiu a partir do século IV ou V. Veja:

No segundo século, Irineu escreveu a primeira declaração sobre a prática na Igreja do Batismo das crianças:

“Ele (Jesus) veio para salvar a todos através dele mesmo, isto é, a todos que através dele são renascidos em Deus: bebês, crianças, jovens e adultos. Portanto, ele passa através de toda idade, torna-se um bebê para um bebê, santificando os bebês; uma criança para as crianças, santificando-as nessa idade…(e assim por diante); ele pode ser o mestre perfeito em todas as coisas, perfeito não somente manifestando a verdade, perfeito também com respeito a cada idade” (Contra Heresias II,22,4 (ano 189)).

 Irineu foi batizado por Policarpo, e este foi discípulo de São João Evangelista.

No ano 215, Hipólito escreveu:

“Onde não há escassez de água, a água corrente deve passar pela fonte batismal ou ser derramada por cima; mas se a água é escassa, seja em situação constante, seja em determinadas ocasiões, então se use qualquer água disponível. Dispa-se-lhes de suas roupas, batize-se primeiro as crianças, e se elas podem falar, deixe-as falar. Se não, que seus pais ou outros parentes falem por elas” (Tradição Apostólica 21,16).

Orígenes fez uma firme declaração com respeito à origem apostólica do batismo das crianças:

“A Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de dar Batismo mesmo às crianças. Os apóstolos, aos quais foi dado os segredos dos divinos sacramentos sabiam que havia em cada pessoa inclinações inatas do pecado (original), que deviam ser lavadas pela água e pelo Espírito” (Comentários sobre a Epístola aos Romanos 5,9 (ano 248)).

"Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças" (São Cipriano, ano 248 - Carta a Fido).

Finalmente, eis uma interessante citação do eminente Teólogo Protestante Dr. R.C. Sproul, em “Verdades Essenciais da Fé Cristã”, com relação ao batismo das crianças:

“A primeira menção direta ao Batismo das crianças se vê por volta do meio do segundo século. O que é digno de nota sobre esta menção é que concorda que o Batismo das crianças era uma prática universal da Igreja. Se o Batismo das crianças não estivesse em prática no primeiro século da Igreja, como e por que começou como doutrina ortodoxa tão cedo e tão generalizadamente? Não somente foi uma rápida e universal disseminação, mas a literatura sobrevivente daquele tempo não demonstra nenhuma controvérsia a respeito desse costume. [...] A história da Igreja sustenta o testemunho da prática universal e não controvertida do Batismo das crianças no segundo século”.

Os Reformadores Lutero e Calvino também acreditaram ser apropriado batizar crianças.

Por isso, termino com duas frases; uma de Nosso Senhor Jesus Cristo e outra de seu atual Representante na Terra, Papa Bento XVI:
 
Dêem a César (ele que representa o mundo) o que é de César e a Deus o que é de Deus.”

“(As crianças) Não são propriedade privada dos pais, estes devem ajudá-las a ser filhas de Deus.”

A Jesus a glória e a nós a Misericórdia!

tt

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O MOTIVO DO SOFRIMENTO

O mundo não é do jeito que Deus quer. Isso nós temos que manter claro em nossa mente e em nosso coração.
Ele se tornou assim pela independência do homem, pela vontade do homem de governar sua própria história, de tentar escrever sua história sem a ajuda de Deus. Nossos primeiros pais, por livre e espontânea vontade, com um desejo livre de defeitos e decidido totalmente, resolveu não servir a Deus, mas quis ter uma vida totalmente à parte de Deus, recusando a ajuda e o governo de Deus. Desde então, todos os filhos de Adão e Eva nasceram “independentes” do governo absoluto de Deus, ferindo assim a Justiça, porque, Deus sendo Criador tem total direito de governo sobre sua Criação. Porém, mesmo sendo Criador, Deus é amor e quis saber de sua Criação se ela queria servir ou não, viver com Ele ou não, amá-Lo ou não, depender Dele ou não. O ser humano não quis.
A partir dessa opção livre e decididamente pensada, o ser humano que era belo, saudável, feliz, imortal, e obtinha diretamente de Deus, além de tudo isso, toda a ciência, perdeu essas vantagens. Ao se desligar da Fonte inesgotável da Vida, o ser humano passou a envelhecer, ficar doente, sentir dor, sofrer fisicamente, espiritualmente e psicologicamente, e o pior de tudo, perdeu a sua Comunhão com Deus, sendo, a partir daí, incapaz de passar a eternidade com Deus.
Onde havia paz, passou a haver desconforto.
Onde havia luz, passou a haver trevas.
Onde havia vida, passou a haver morte.
Onde havia felicidade infinita, passou a haver tristeza duradoura.
Onde havia amizade, passou a haver discórdia.
Onde havia imortalidade, a natureza passou a sucumbir.
Onde havia impassibilidade, a dor começou a reinar.
O homem sem Deus passou a ser oco. Sem vida. Passou a viver uma vida independente, mas totalmente mutilada. Como um ventilador desligado da tomada, o ser humano passou a colher as consequências do seu desligamento de Deus: começou como filho de Deus e passou a viver como um animal qualquer, corruptível, facilmente dominado por qualquer coisa e pessoa, e até mesmo o menor dos animais tornou-se seu inimigo. O ser humano mesmo tornou-se um de seus maiores inimigos, e mesmo a pessoa humana foi dividida: a mente, a alma e o corpo andam cada um para seu lado, separando e dividindo o ser humano. Daí passou o homem a sentir-se perdido e falível.
Deus não quis isto, mas teve que aceitar a escolha humana, porque Ele mesmo não quer seres que O sirvam como robôs, mas como pessoas capazes de decidir e livres para isto.
Desde então, o ser humano é livre para agir como quiser, e quer ser independente de tudo e de todos, quer viver uma vida do jeito que lhe presta, quer uma vida sem estar submisso a ninguém, só a si mesmo. O ser humano, responsável por seus atos, culpa a Deus que não pode fazer nada porque Ele não é convidado a fazer, Ele foi expulso das escolas, das famílias, do governo do país, das entidades filantrópicas. Ele que fez o homem livre para O amar, não pode interferir na decisão do homem que não O permite agir.
O ser humano, em sua vontade de ser livre e independente, pediu explícitamente que Deus se retirasse, tanto no âmbito individual quanto no âmbito comunitário. A maioria não quer que Deus interfira no mundo, e quando algo ruim acontece, culpam Deus de omisso. Omisso somos nós, desde o princípio da humanidade e hoje ainda é uma situação mais crônica, por pedirmos que Deus não interfira em nossas vidas. Ele não vai mesmo interferir porque Ele não muda a lei natural que Ele mesmo criou e Ele não quer robôs que O sirvam. Quer pessoas livres para O servir.
O mal no mundo é obra da independência humana que foi feito como criatura e não como um deus que saberia governar sua vida. O homem, criatura, dependente, quer por opção não depender do seu Criador, por isso desde o princípio da criação decidiu e decide viver como um deus, isto é, governando sua própria vida e escrevendo sua própria história.
Mas, o homem é limitado, por ser criatura e não deus, e como criatura limitada (mais ainda depois da Queda), não pode ter uma vida ilimitada (por isso fica doente, sente dor e sofre, como um ser limitado). Como o ser humano não quis depender de Deus, perdeu o contato com seu Criador, e portanto com a fonte infindável de vida e saúde, assim vive uma vida humana limitada, finita e caótica. É assim a condição de todo ser humano por causa do efeito da liberdade humana mal empregada desde o princípio pelos nossos primeiros pais.
Por vivermos uma condição limitada, hoje teríamos que voltar para Deus, entregar nossa vida e existência de volta para o Criador cuidar dela. Mas o que fazemos ainda hoje? queremos cuidar nós mesmos de nós, de nossa vida, do nosso mundo, da nossa história, por isso limitamos mais ainda nossa vida.
Prova disso é a vinda de Deus a este mundo. Jesus nasceu como qualquer um de nós. Morreu como qualquer um de nós. Sofreu como qualquer um de nós. Sentiu na pele a dor humana e a fase final da vida mundana. Por culpa própria? Não, por culpa de outros que eram responsáveis por sua vida humana. Os políticos, seus amigos, os representantes da sociedade, as pessoas próximas a Ele quiseram ainda viver uma vida sem Deus, por isso O entregaram à dor e à morte, mesmo Ele tendo uma condição já limitada, porque nasceu limitado como qualquer um de nós.
Por isso, querido amigo, a vida humana é limitada desde a concepção por culpa do ser humano que não escolheu depender de Deus e quis ser deus, governador do seu destino. E ainda limitamos mais ainda nossas vidas e das pessoas ao nosso redor por ainda hoje não querermos depender de Deus, e querermos ser livres da condição de criaturas e nos portarmos como deus e superiores a Ele. É assim a vida neste mundo e vai continuar assim até a nossa morte. Na vida eterna não será mais assim. Teremos uma vida plena, sem dor, sem doença e imortal e cheia da felicidade infinita de Deus. Isto se colocarmos nossa vida nas mãos de nosso Deus encarnado, Jesus Cristo, homem e Deus, para que Ele nos livre (pelos méritos de Vida humana e morte) da Justiça divina que pede conta de todos as decisões dos seres humanos.
Vejo você lá, se nos portarmos como dignos de tão elevada Vida na companhia do Criador.

A Jesus Cristo Sacramentado a glória e a nós a Misericórdia!

tt




quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A CRIAÇÃO DO UNIVERSO


Gabriel Oliveira pergunta:

Qual foi a luz que Deus fez no primeiro dia, se o sol só foi feito no quarto dia?

1 No princípio criou Deus os céus e a terra.
2 A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.
3 Disse Deus: haja luz. E houve luz.
4 Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.
5 E Deus chamou à luz dia, e às trevas noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.

"DEUS FEZ A LUZ NO PRIMEIRO DIA; O LUMINAR MAIOR (SOL) NO QUARTO DIA."

14 E disse Deus: haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos;
15 e sirvam de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra. E assim foi.
16 Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; fez também as estrelas.
17 E Deus os pôs no firmamento do céu para alumiar a terra,
18 para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom.
19 E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.

ALGUÉM EXPLICA?!

Caro Gabriel:

Primeiramente, a Sagrada Escritura não é um Livro de cunho científico. Através da Sagrada Escritura, o principal intuito de Deus é revelar quem Ele é e qual sua Verdade para os seres humanos. Portanto, a Bíblia e toda sua narração tem como objetivo principal revelar “as coisas espirituais” e não explicar algo científico.
Contudo, a Bíblia em nada contradiz a Ciência, muito pelo contrário, a Fé e a Ciência caminham de mãos dadas.
Segundo o Gênese, o Universo e a Terra (centro da Revelação Bíblica) foram criados por Deus do nada. Essa é a síntese da Criação descrita pelo escritor do livro do Gênese. Deus, do nada, criou tudo. Pronto. Como isso ocorreu? Isso a Ciência tem que responder, e não a Bíblia.
O que é, então, o relato do Gênese? Deus quis explicar aos Israelitas a respeito de que Ele criou tudo do nada e que foi conduzindo essa Criação durante etapas ou “dias” (entre aspas mesmo), mostrando ao povo que eles deviam trabalhar durante seis dias e descansar no sétimo. Era um jeito de ensinar o povo a respeito do descanso do sábado.
No relato da Criação Deus “descansou” no sétimo dia... mas Deus não se cansa, como Ele poderia descansar? Significa que Ele estava catequizando o povo a respeito do descanso do sétimo dia. Uma das antigas leis de Deus sobre o descanso de um dia após seis dias de trabalho.
Portanto, o relato da Criação do Gênese não pode ser levado ao pé da letra. Porém, Deus ensinou os Israelitas sobre a Fé e a Moral e nos ensina também hoje através desse relato. O que Ele quer falar a nós, atualmente, sobre o que o Escritor inspirado escreveu?
Algumas considerações (além das considerações teológicas, já expostas acima):

  • Deus fez sozinho TUDO do NADA: A Ciência atual prova isso através do Big Bang. Antes do Big Bang não existia NADA, absolutamente. Isso prova a Ciência. Não existia nem tempo nem espaço e nem matéria. Tudo “apareceu” milagrosamente (isso explicam os cientistas) do nada, de repente, no Big Bang, simultaneamente;
  • Deus criou e foi trabalhando nessa Obra durante os próximos tempos (ou “dias): Segundo os físicos o Universo tem 13,7 bilhões de anos, com uma margem de erro de 0,2 bilhão para mais ou para menos. Ou seja, desde o Big Bang até agora já se passaram mais ou menos 14 bilhões de anos;
  • No princípio do relato tudo ainda eram trevas e matéria desorganizada e que Deus foi organizando: segundo os cientistas, não apareceram de repente estrelas, planetas, cometas. Isso tudo foi sendo organizado durante os bilhões de anos que se seguiram até o que nós conhecemos hoje das intricadas organizações existentes no Universo, a começar do nosso planeta.
  • Segundo o relato do Gênese, a Terra e o ser humano foram deixados por último na Grande Obra de Deus: segundo os cientistas o planeta Terra tem 4, 5 bilhões de anos e o ser humano só apareceu sobre a Terra há 150 mil anos e que nós tivemos uma só origem (não contrariando em nada o Gênese e o surgimento do casal Adão e Eva – nomes fictícios para personagens verídicos).
  • A Bíblia garante que Deus criou e mantém essa Obra: segundo os cientistas existem dois tipos de energia que garantem a estabilidade e a organização do Universo como tal: a energia escura e a matéria escura. São matéria e energia que podem apenas ser medidas, porém, não são vistas. São um dos grandes mistérios da física e que intriga os cientistas no mundo todo.

Portanto, caro Gabriel, a Bíblia não está se contradizendo. Ela só precisa ser olhada com o prisma da Teologia verdadeira.
E se quiser saber mais sobre a Bíblia, clique AQUI, que tenho algumas coisas a mais para te dizer.

Espero ter respondido sua questão.

tt