quarta-feira, 10 de agosto de 2011

RESPOSTA A UM COMENTÁRIO DE UM VISITANTE

Coloco aqui o comentário de Antonio de Jesus e a resposta abaixo:

"oi amigo primeiro acredito não sou totalmente analfabeto e não te ofendi só pregei biblia pra voce .se voce não cre na biblia ou no JESUS ao qual falo paciencia amigo do seu sangue estou livre no dia do juizo final estou falando de salvação e não de religião ok e também não sou fanatico pois fanatico acredito ser estas pessoas sem conhecimento biblico que vão até aparecida do norte a pé fazendo sacrificio pois o unico sacrificio que DEUS JEOVA aceito e foi agradavem a DEUS foi JESUS na cruz do calvario fora este sacrificio é afirmo ser sacrificio de tolo serve de gosação por outras pessoas que sabem da verdade .
amigo tenho apenas 4 ano mesmo de escola primario sim mais DEUS me deu um intendimento muito grande para minha salvação sei e muito bem em que tenho crido lembre se de uma coisa que o próprio JESUS DISSE JOÃO CP 14 VS 6 JESUS disse eu sou o caminho a verdade a vida e ninguem vem ao PAI a não ser por mim .
saiba de uma coisa amigo JESUS te ama e tem uma grande obraa realizar em sua vida
."



Amigo em Cristo, a Jesus o louvor e a nós a misericórdia!

Se você fosse de fato cristão, como o nosso queridíssimo canônico Antônio de Pádua, teu padroeiro, não diria coisas antibíblicas e heresias.
Quando eu disse que era um analfabeto na língua portuguesa, não quis dizer que você é "totalmente analfabeto". Você bem deve saber que Deus não "precisa" de doutores ou de analfabetos para sustentar sua Igreja e propagar a Fé, porém Ele usa de analfabetos e de doutores para fazer parte da sua Igreja e a servir.
E não, você não pregou a Bíblia, na verdade você fez o contrário, pregou contra os ensinamentos bíblicos. Quem de fato prega a Bíblia é a Igreja de Cristo. Todos os livros da Bíblia que você e eu conhecemos saíram do seio da Igreja católica. Antes do século III não existia a Bíblia, existiam vários e vários livros, quando a Igreja de Deus reuniu-se em Concílios (nos anos 393 e 397) e separou os livros inspirados realmente pelo Espírito Santo e o que não era. Assim surgiu a Bíblia como você e eu a conhecemos. Só depois os protestantes retiraram alguns livros da Bíblia que julgaram apropriado, porque contradiziam o que eles mesmo pregavam. Portanto, dizer que você prega a Bíblia é uma heresia de uma prepotência comum no meio protestante. Quem realmente prega a Verdade bíblica é a Igreja e só ela pode dar a verdadeira interpretação.

"Pois deveis saber, antes de tudo, que nenhuma profecia da Escritura é objeto de explicação pessoal". (II Pedro 1, 20)

Por isso a Bíblia não pode ser de uma interpretação pessoal e isolada, antes, só a Igreja firmada por Cristo sobre Cefas tem o poder de interpretá-la corretamente e segundo a moção do Espírito Santo.
Onde quero chegar?
Digo que nem você e nem eu podemos interpretar corretamente a Palavra de Deus. Não temos essa ajuda especial do Espírito Santo que somente Pedro e o Colégio Apostólico e seus sucessores têm. Eu tenho apenas 30 anos, não sei quantos anos você tem, mas sabemos que a Igreja católica vem da sucessão apostólica (é só estudar a História que ela não nega esta verdade) e vem estudando as Sagradas Escrituras durante 2 milênios. Milhares e milhares de pessoas já se debruçaram sobre as Escrituras e as estudaram exaustivamente durante séculos, e nós agora com nem 80 anos que temos queremos ser conhecedores de toda a verdade! é muita presunção nossa!
A Bíblia não é um Livro fácil como um livro de receitas. Ela foi escrita basicamente em duas línguas: hebraico e grego. Duas línguas difíceis e que mal temos conhecimento. E o pior! quando se passa para a língua de cada pa, algumas passagens passam a ficar inintelígíveis e algumas palavras perdem seu valor teológico. Portanto, para estudar a Verdade da Revelação é preciso conhecer profundamente essas duas línguas e todo o contexto em que cada livro bíblico foi escrito - e mais: é preciso ter essa ajuda especial do Espírito Santo. Disso, nem você e eu (tenho certeza) temos conhecimento! portanto somos dois analfabetos nisto. Mas para isto Jesus deixou sua Igreja para nos ajudar e Ele deu à Igreja a infalibilidade nas questões de e Moral, isto é, nos ensinamentos sobre a Fé e o uso dessa Fé. Se a Igreja errar, mostrará que Jesus foi infiel em sua promessa.

"Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito." (São João 14, 26)

E Jesus não disse isto a todos os dicípulos, mas somente aos Doze, isto é, a São Pedro e ao Colégio Apostólico.
Portanto, querido Antônio, não somos nada e só temos que agradecer a Deus por termos na mão um Livro tão difícil e tão mal usado por tantos, enquanto podemos ouvir toda a Verdade revelada por Deus através da Igreja que entende perfeitamente esse Livro.
Se pegarmos esse Livro e tirarmos Dele nossa interpretação acontecerá um fenônemo que chamamos de Cisma. Veja ao seu redor quantas igrejas cismáticas. Igrejas que saem de outras igrejas, porque interpretaram diferentemente uma só passagem bíblica. Temos no mundo cerca de 60.000 igrejas ditas cristãs. No Brasil, por volta de 16.000. Cada uma seguindo sua própria cabeça.  É uma vergonha para o Cristianismo e para os ensinamentos de Cristo qeu pregou sobre a Unidade dos fiéis.Porém, veja que só a Igreja de Deus mantem-se inabalável durante os séculos com os mesmos ensinamentos, apesar do pecado e da fragilidade de seus membros, porque a Igreja é de Cristo e não dos homens, apesar de ter pecadores como seus membros!
Antônio de Jesus, meu santo, eu que sou pecador, o menor dos filhos de Deus e dos servos de Cristo, não falo do meu parco conhecimento sobre Deus e daquilo que penso. Sou pequeno demais para isto, não sou tão inteligente assim, não estudei a Sagrada Escritura durante dois mil anos e não sou sustentado como os Apóstolos e seus sucessores pela moção especial do Espírito Santo. Eu não falo do que estudei, mas do que a Igreja prega e interpreta da Bíblia. Preciso ser humilde e reconhecer que sou incapaz de interpretar corretamente um Livro tão importante, porque esse Livro é a Palavra de Deus e a Palavra de Deus é mais importante do que eu mesmo, não é?
Você disse que o único sacrifício que Deus aceita é o de Cristo. Bem, o único Sacrifício para Redenção e Remissão do pecado original e dos pecados atuais que Deus aceita é realmente o de Cristo, mas nosso Pai celestial, por meio de Cristo Jesus, seu amantíssimo Filho, também aceita nossos pequenos sacrifícios de louvor e amor que Lhe oferecemos, se assim fosse nossos jejuns (jejuns que os Apóstolos constantemente faziam, e se vê isso claramente nos Atos) e renúncias (que, por sí só já é o maior dos sacrifícios) de pecados não seriam aceitos por nosso amorosíssimo Pai.
Realmente ninguém vai ao Pai senão por Cristo, mas quem é você para se dirigir diretamente a Jesus Cristo, o Senhor dos Senhores, o Rei dos reis, o Santos dos santos? quem sou eu? que dignidade você e eu temos para nos achegar diante do Rei do universo de cabeça altiva e cheio de presunção, achando-se totalmente importante para tal atitude?
Vemos em São Mateus 15, 21-28,  que o Senhor Jesus Cristo apenas ouve o pedido da cananéia pela intercessão dos Apóstolos. Não somos dignos de Cristo! por isso precisamos de pessoas mais santas e dignas de Deus que nós para nos ajudar a pedir a Cristo por nossas necessidades.
Por fim, querido Antônio, que santo Antônio de Pádua, teu padroeiro e padroeiro de minha cidade, interceda diante de Jesus Cristo por você e por mim, para que Deus nos ilumine sempre por seu Espírito Santo e que sejamos dignos das Promessas de Cristo que chegaram até nós por meio da Igreja católica!
Seja sempre bem vindo aqui no meu blog.
Seu menor irmão,

tt

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O PODER DE EXPULSAR DEMÔNIOS

O pecado dá, por seu lado, ocasião à intervenção ativa, em nós e no nosso mundo, de um agente obscuro e inimigo – o demônio. O mal não é só uma deficiência, mas também uma força ativa, é ação de um ser vivo espiritual, pervertido e perversor. Terrível, misteriosa e inquietante realidade!

 

Papa Paulo VI em 15/11/1972. 


 
O ASSALTO DA BESTA
Com tudo presente, fácil é concluir que o Papa ofereceu à Cristandade mais que uma oração: ofereceu-lhe uma arma nova contra a Besta e contra os seus diversos tipos de ataque. E o Papa sabia que os seus assaltos são ferozes. De fato, Deus concedeu que os anjos caídos conservassem as forças e poderes que Ele lhes tinha dado ao princípio e é por isso que esses seres de perdição dão provas de um grande domínio da natureza, domínio que se manifesta em milagres aparentes, profecias falsas, aparições e outros fenômenos. Por estes meios iludem os homens e as sociedades manipulando-as contra a Verdade, levando-as ao aniquilamento.
Efetivamente, o Papa sabia o que qualquer católico pode verificar lendo a primeira carta de São Pedro. Aí o príncipe dos apóstolos diz: “Sede sóbrios e estai vigilantes: o vosso inimigo, o demônio, anda à vossa volta, como leão que ruge procurando a quem devorar. Resisti-lhe firmes na Fé”.
Outros varões esclarecidos e santos deixaram-nos testemunhos importantes que é insensatez deixar de lado. Diz Santo Agostinho que eles enchem de nevoeiro a inteligência e a razão do homem – e estas palavras ajustam-se perfeitamente ao fenômeno da infestação. São Pedro Crisólogo disse no seu 2º Sermão que “o demônio é o autor e príncipe de todo o mal; primeiro, teve a natureza celeste; hoje é espírito de malícia, mais velho que o mundo, muito treinado e habilíssimo”. E São Gregório acrescenta: “pode entrar na mente dos sábios... Pode também ocasionar a morte, pestes, terremotos e tempestades, mas Deus põe-lhe limites”.
É dentro destes limites que Deus coloca que os demônios atuam segundo aquilo de Santo Agostinho: “Deus encarregou os anjos bons de nos conduzir ao bem e aos anjos maus deu-se-lhes a faculdade de nos combater, incitando-nos ao mal”. Os grandes Padres da Igreja bem sabiam com quem andavam metidos. Note-se que Orígenes declarava que “o diabo rouba ao homem as virtudes da alma, excitando ao vício: priva-o da liberdade tornando-o escravo; arrebata-lhe os bens espirituais, extinguindo nele o temor de Deus e incita-o às misérias da vida presente”. Tertuliano fazia notar que a meta do diabo é destruir o homem: “eis aqui o grande inimigo do homem”.
Portanto, estes espíritos invisíveis malignos deitam mão de todo o seu poder, de toda a sua experiência acumulada ao longo dos séculos, de toda a sua arte, para seduzir, enganar e controlar os homens que, desgraçadamente, cometem os mesmos erros.
Os ataques das potências maléficas são, por conseguinte, naturais e revelam a força, poder e forma, desses mesmos espíritos. As manifestações inventariadas ao longo da história religiosa dos povos mostram que estas entidades malignas agem diretamente sobre os homens por possessão (em que chegam ao controle total do corpo e inteligência), por infestação e envolvimento, por obsessão e por tentação.
Estas formas de afetar as almas, os espíritos e os corpos, podem ser reforçadas por malefícios, bruxedos, sortilégios, pactos diabólicos, magia ou feitiçaria. As seitas secretas e organizações sanitânicas têm agentes encarregados de lançar malefícios e sortilégios sobre as pessoas, famílias, instituições e locais que o Maligno quer alcançar e até de invocar as forças demoníacas sobre determinadas terras e pessoas. Por esses canais abertos nos ares tenebrosos, por essas solicitações, por essas maldições e sortilégios, potencia-se e incrementa-se a atuação do Diabo, que se lança como leão que ruge sobre a pobre gente que muitas vezes ignora a “sorte” de quem foi vítima. E assim aumentam as infestações e, sobretudo, os envolvimentos.
Tendo a combinação, hoje em dia inseparável, entre a ação direta do diabo e a ação indireta, por meio dos seus serventuários nesta terra, podem-se estudar as diversas formas que assumem as manifestações diabólicas. Pondo de lado o possesso, que é a esfera do Exorcismo Solene, e que deve ser solicitado ao Bispo da Diocese, toda as outras formas de ação maléfica podem ser combatidas e afastadas pela recitação firme e repetida, confiada e perseverante, da oração dada pelo Papa Leão XIII.

A INFESTAÇÃO

A infestação ocorre quando os demônios estão presentes fora de objeto, mas aplicando a sua força nos seus contornos como que criando uma rede envolvente. Podem manipulá-lo, deslocá-lo, produzir maus cheiros, criar ilusões, produzir sons e outros tipos de alucinações, chegando a ponto de alterar ou travar o desenvolvimento natural dos seres.
As infestações podem declarar-se em objetos como casas, livros, alimentos, estatuetas e até searas ou animais. Nos campos infestados os cereais não crescem e definham sem haver explicação para tal. Os animais infestados enfraquecem ou têm comportamentos estranhos. Mas as infestações podem alcançar as pessoas, o seu pensamento e as suas atividades, levando-as a ações incompreensíveis, a estados depressivos ou até mesmo a visões, audições e sensações falsas.
A pessoa infestada, sobretudo mentalmente, raramente reconhece que o está, dado que não descobre nenhuma força estranha em si mesma, mas encontra-se realmente coberta por uma força que a “circunscreve” e lhe impõe, por graus subtis crescentes, umas crenças e umas idéias novas sobre coisas, pessoas, lugares, famílias, atividades ou teorias. Alguns exorcistas experimentados têm descoberto por de trás das doenças, estados histéricos, desordem mental e até paixões, a presença sutil e sistemática do malígno.
Nestes casos, as forças diabólicas estão no exterior dos corpos, mas abraçam os seus contornos e forças, envolvendo nas suas redes o espírito, a inteligência ou as potências superiores da pessoa, atingindo muitas vezes as suas relações sociais e frações de sua esfera vital. De fato, a presença diabólica ativa tem forçosamente de afetar o ser humano de uma forma ou outra e, como seu ódio é inextinguível, toda a sua ação se orienta para o controle da pessoa, se não fisicamente, pelo menos ao nível da mente.

O ENVOLVIMENTO

A infestação apresenta ainda uma categoria que é o envolvimento. Como indica o termo, a pessoa encontra-se com o corpo e o espírito envolvidos em uma fina rede de força, que tende a dificultar-lhe a ação e o pensamento arrastá-la para a inatividade ou para o mal. A grande vidente Ana Catarina Emmerich dá uma descrição do ponto onde opera a rede de forças diabólicas, declarando que ela age sobre um “fluído infinitamente subtil, que se chama forças vitais, que na realidade pertencem ao corpo, mas que são semelhantes à natureza da alma, que formam o primeiro e o principal instrumento da sua atividade vital”. Ao chegarem à penetração e eventual controle dessas forças vitais, as entidades malígnas passam a possuir canais de ação para a alma e para as funções superiores da mente.
Grande partes dos envolvimentos, que podem causar grande dano às pessoas com sensações de doenças, cansaço, irritação, desânimo, perturbação mental ou inquietação, são originadas pelo envio propositado de forças maléficas por homens dados à bruxaria ou organizações apostadas na destruição das almas. Os bruxedos, os sortilégios, as más vontades, as cultuações do Diabo em Missas Negras e outras cerimônias catapultam sobre pessoas, famílias, cidades e paises, as hordas saídas do inferno, que se encarniçam contra a alma e o corpo daqueles que tiveram a fortuna ou o infortúnio de estar nas listas das seitas como inimigos ou de chamar a atenção por algum dom invejável.
Por outro lado, não é raro que movidas pela curiosidade ou pelo desespero, as pessoas se tenham entregues a práticas maléficas, ao espiritismo, à magia, ao esoterismo, e até ido consultar bruxos e feiticeiros. Ações deste gênero só podem levar a fortes infestações das pessoas e famílias, agravar os males em vez de os curar, podendo muitas vezes dar origem a verdadeiras possessões em que o Diabo requer os seus direitos.

A OBSSESSÃO

Um segundo grau é a obsessão, em que a força maligna se releva à pessoa por sugestão constante físico-mental. As pessoas assim atacadas estão permanentemente sob a pressão de um pensamento ou tendência exacerbada, que repercute depois ao nível dos nervos e do corpo. Muitas paixões e vícios baixos começam por uma obsessão incontrolável de origem maléfica a que a pessoa cedeu. Em muitas neuroses e doenças mentais têm na sua base esta raiz. Um médico diretor de uma clínica psiquiátrica confidenciou a um esclarecido autor francês que “se os sacerdotes fizessem no meu hospital os exorcismos da Igreja estou certo que cinqüenta por cento dos doentes ficariam bons”. Realmente, com base na experiência de muitos investigadores, pode-se dizer que os demônios atacam o corpo tal como a alma nos pontos mais frágeis e as desordens psicossomáticas são, às vezes, o sinal de uma presença maligna que incomoda e pretende destruir o corpo e a mente da pessoa atacada.
O exorcismo de Leão XIII recitado repetidamente sobre a pessoa, vários dias seguidos, pode obter melhoras assinaláveis e até eliminar a obsessão ou a presença maligna. Há, no entanto, que eliminar da casa e do ambiente das pessoas afetadas tudo o que represente um culto aos demônios ou uma cedência às suas sugestões no mundo: estatuetas de culto pagão como budas, máscaras demoníacas, amuletos (chifres, punhos fechados, ferraduras, etc.), desenhos de monstros, cartas astrológicas, cartazes de conjuntos musicais ou de artistas luciferinos, livros espíritas, enfim, tudo aquilo que significa e é um espaço demoníaco no lar, um convite aberto à presença de potestades maléficas.

A TENTAÇÃO

Finalmente, a Tentação, que significa prova. É uma incitação ao mal que encontra eco nas tendências naturais do homem. Muitas tentações vêm de uma interpelação do mundo, da concupiscência da carne e do espírito, enfim, das paixões. Porém, direta ou indiretamente, está o poder demoníaco. Diz Santo Agostinho “O demônio ilude-nos com a sombra das coisas passageiras; com as ilusões nos engana e, ao enganar-nos, provoca-nos a morte”. Os demônios tentam-nos para confirmar as nossas debilidades e, depois, dirigem para ali todos os seus esforços, aproveitando todas as circunstâncias.
A recomendação geral é resistir nos princípios da tentação, não a deixado crescer nem ficando ocioso; por isso, a mente deve lançar-se para outros pensamentos, insistir na oração, nas jaculatórias e, se preciso recorrer a jejuns. É muito encorajante considerar que Deus está a ver o combate e que não deixará de ajudar e premiar quem a Ele humildemente recorre, pondo em prática uma resposta adequada. Assim a tentação confirmará o santo e, como diz o salmista “O mal que ele causou, voltará sobre a sua cabeça; e sua iniquilidade recairá sobre a sua fronte”.
São Paulo na sua carta aos Efésios mostrava a correlação direta entre o pecado e a presença do Diabo no pecador. São dele estas terríveis palavras que bem merecem meditação atenta nestes dias de hoje. “Não pequeis. Não se ponha o sol sobre vosso ressentimento. Não deis lugar ao demônio”.
O que o apóstolo sublima é fundamental; quem se vende ao demônio pelo pecado não o pode combater ou desalojar porque já o aceitou no fundo da sua mente e do seu coração. Daí que a oração do pequeno exorcismo sé deva ser rezada por almas em estado de graça, por pessoas livres da tirania do diabo, enfim, as almas na amizade de Deus.
Torna-se evidente que pessoas em pecado mortal, ou seja, na posse do inferno, estão longe de combater os poderes do inferno. O escravo obedece ao seu senhor e o escravo do Diabo, submetido pelo pecado, não pode desafiá-lo e muito menos enfrentá-lo. Daí que para rezar esta oração seja necessário grande fé, grande humildade, e uma consciência tranqüila e limpa, uma alma em amizade com Deus. Assim poderá expulsar a sombra maligna que perturba a vida pacífica e com isso dar grande glória a Deus.
Porém, para lá disto, é claríssimo que o espaço demoníaco no lar e nas mentes deve ceder passo a Deus e a testemunhos de amor a Ele. Por isso, para que a oração do Pequeno Exorcismo tenha eficácia plena importa que na família e no lar se efetue uma verdadeira reconversão: oração familiar do Terço, confissão mensal, comunhão freqüente e, sobretudo, procurar viver na Presença de Deus e obedecer integralmente aos Seus Mandamentos da Santa Igreja. Com outro ambiente e em grande confiança, a pequena oração da Sua Santidade Leão XIII não se limitará a ser uma arma de último recurso, mas sim uma arma de defesa da paz e da fé no lar e na família.
No fundo, o pequeno exorcismo é a recapitulação das verdades da fé, impondo ao demônio a fuga pela força desses mistérios. A oração de S.S. Leão XIII é, assim, também um Credo dinâmico, que exige da alma que o reza a identificação total com a força dos mistérios que anuncia; para os demônios, estes mistérios são terríveis e ameaçadores, enquanto para os homens os mistérios são salutares e fonte de fortaleza. As almas muito atacadas intuíram esta verdade quando, em certas circunstâncias ameaçadoras, rezam com força o Credo e recapitulam, com amor, todas as Santas Verdades que nos revelou Nosso Senhor. Ora, o pequeno exorcismo solicita essa graça contida nos mistérios e confere-lhe uma força de ataque incalculável. Por isso se diz que a eficácia da oração de S.S. Leão XIII depende, em muito, de quem a reza; da sua fé nos mistérios, da sua conformação com Vontade de Deus, da sua humildade e confiança, enfim, das suas virtudes.

O PODER DE EXPULSAR

O poder de expulsar os demônios pertence, como se sabe, a Igreja católica, hierárquica, institucional, fundada e chefiada pela sua cabeça invisível, Cristo Jesus. São Lucas conta-nos no capitulo IX que Jesus “tendo convocado os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios”, ou seja: confiou este poder aos Bispos e à instituição Eclesial. Porém, não é só o Grande Exorcismo, público, oficial e solene, que extrai a sua força e a sua divina eficácia dos poderes conferidos à Igreja pelo Rei dos Reis. Também o pequeno Exorcismo de S.S. Leão XIII, de uso corrente para leigos e sacerdotes na forma privada, extrai a sua divina eficácia e poder do seu valor de grande oração, autêntica e oficial, da Igreja institucional, hierárquica, instituída e confirmada no Sangue do Redentor.
A Igreja é, pois, a única instituição munida do poder e da autoridade de Cristo em matéria do Exorcismo, como em todos os outros assuntos da sua esfera. A Igreja está portanto habilitada a agir em nome de Cristo, bem assim com todos os seus ministros devidamente autorizados. Estes agem em nome da Igreja e, por conseguinte, em nome de Cristo.
Mas também toda a alma sincera e limpa, pode e deve invocar o nome de Cristo e agir então por força deste Nome, sustentada pela força de Cristo.

O AUXÍLIO DA RAINHA DOS ANJOS

Há, no entanto, mesmo para almas muito perfeitas e determinadas, situações resistentes em que os demônios não parecem ser afetados ou até se escondem e disfarçam para não serem notados. Também os próprios discípulos do Senhor falharam perante um demônio surdo-mudo, como fica claro no evangelho de São Mateus.
Cristo expulsa-o depois comenta: “Esta casta, coisa nenhuma a pode expulsar, a não ser a oração e o jejum”. Contudo, também aí afirma: “tudo é possível àquele que acredita!” (Mc. 9, 14-29).
Em casos muito resistentes há que recorrer a sacerdotes experientes ou a graças extraordinárias, como a bênção do Santo Lenho. Em Vera Cruz, no Alentejo, existe um fragmento da Verdadeira Cruz do Senhor e muitos possessos viram-se libertos dos demônios depois de benzidos com aquela relíquia.
Esta passagem chama a atenção para a necessidade de jejum, muito eficaz contra o Maligno. Nesta Terra em que, como dizia Paulo VI, “o demônio adquiriu um certo poder sobre o homem”.
A Santíssima Virgem é uma preciosa ajuda porque Ela é, por excelência, o adversário de satanás. É bom invocá-la antes do Exorcismo, com a Oração à Rainha dos Anjos.
Na imponentíssima aparição de La Salette, de 1846, Nossa Senhora disse a Mélanie que a partir do ano de 1864 os demônios espalhar-se-iam sobre a terra. Esta afirmação é da maior importância para perceber profundamente o tempo que estamos a viver, em que as forças maléficas dispõem de tantos recursos e poder.
Ora, a 13 de Janeiro desse famoso ano de 1864, o Padre Louis Cestac teve a visão “das devastações inexprimíveis” provocadas pelos demônios na terra. Nossa Senhora ditou-lhe então uma oração que se espalhou por todo o mundo católico. Foi recomendada expressamente por S.S. Pio IV e enriquecida com indulgências pelos Grandes Papas (autênticos gigantes) Leão XIII e S. Pio X. Essa oração é conhecida como “Oração à Rainha dos Anjos”. Rezemo-la então com confiança antes de principiar o pequeno exorcismo e nas circunstâncias da vida, pedindo a essa doce Rainha que venha depressa em nosso auxilio.


 
A ORAÇÃO DO PEQUENO EXORCISMO
 
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
(Segurar um crucifixo até o fim do exorcismo)

 

ORAÇÃO A S. MIGUEL ARCANJO
(de joelhos)

 
Gloriosíssimo Príncipe dos Exércitos celestes, S. Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate contra os principados e as potestades, contra os chefes deste mundo de trevas, contra os espíritos malignos espalhados pelos ares (Ef. VI, 10-12).
Vinde em auxílio dos homens que Deus fez à Sua imagem e semelhança, e resgatou com grande preço da tirania do Demônio (Sab. II, 23-24; I Cor. VI, 20).
É a vós que a Santa Igreja venera como seu guardião e patrono, vós a quem o Senhor confiou as almas resgatadas para as introduzir na felicidade celeste. Suplicai, pois, ao Deus da Paz, que esmague Satanás sob os nossos pés a fim de lhe tirar o poder para prejudicar a igreja. Apresentai ao Altíssimo as nossas orações para que depressa desçam sobre nós as misericórdias do Senhor. E sujeitai a antiga serpente – que não é outro senão o Diabo ou Satanás – para o precipitar encadeado nos Abismos, de modo que não possa, nunca mais, seduzir as nações. (Apoc. XX, 3).


 

EXORCISMO
(de pé)


 
Em nome de Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor, com a intercessão da Imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus, de S. Miguel Arcanjo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e de todos os santos, apoiados na autoridade sagrada:
da Santa Igreja Católica (para os leigos)
do nosso ministério (para os sacerdotes)
nós empreendemos, com confiança, a batalha para afastar os ataques e as emboscadas do Demônio.


 
SALMO

 
Levanta-se o Senhor e sejam dispersos os seus inimigos! Fujam diante d’Ele aqueles que O odeiam!
Desvaneçam como se desvanece o fumo. E como se derrete a cera ao fogo, assim pereçam os pecadores diante do rosto de deus (Salmo 67, 2 e 3).
V. Eis a Cruz do Senhor, fugi potências inimigas!
R. Venceu o leão da tribo de Judá, o descendente de David.
V. Que a Tua misericórdia, senhor, seja sobre nós!
R. Como nós esperamos em Ti.




Obs.: Este texto não é de minha autoria, mas contem um pouco o ensinamento da Igreja a respeito deste assunto.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O INFERNO ETERNO


A Tradição da Igreja, a Sagrada Escritura, especialmente os Evangelhos e as tradições dos povos falam dessa realidade terrível ao qual chamamos de Inferno.
O Inferno existe e é dogma de Fé, isto é, declarado pela Igreja como uma verdade que é necessária crer. Não se pode acreditar na existência de Deus e não crer na existência do Inferno, porque seria como crer na existência da luz e não crer na existência das sombras. Onde não há luz, há sombras, escuridão, portanto onde não há a presença de Deus, aí está o inferno.

Jesus Cristo falou do Inferno como realidade?

Sim. Veja algumas passagens:

Ora, eu vos digo: todo aquele que tratar seu irmão com raiva deverá responder no tribunal; quem disser ao seu irmão ‘imbecil’ deverá responder perante o sinédrio; quem chamar seu irmão de ‘louco’ poderá ser condenado ao fogo do inferno.
(São Mateus 5, 22)

Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas são incapazes de matar a alma! Pelo contrário, temei Aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno!
(São Mateus 10, 28)

Se teu pé te leva à queda, corta-o! É melhor entrar na vida tendo só um dos pés do que, tendo os dois, ser lançado ao inferno. Onde o verme deles não morre e o fogo nunca se apaga.
(São Marcos 9, 45-48)

Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei Aquele que, depois de fazer morrer, tem o poder de lançar-vos no inferno. Sim, eu vos digo, a este deveis temer.
(São Lucas 12, 5)

Depois, o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos.
(São Mateus 25, 41)

Ora, eu vos digo: muitos virão do oriente e do ocidente e tomarão lugar à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó, enquanto os filhos do Reino serão lançados fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes”.
(São Mateus 8, 12)

E a célebre passagem da parábola de Lázaro e o rico:

Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
(Lucas 16, 22-28)

Existem outras passagens na Sagrada Escritura?

Também. Aqui cito algumas:

Eles serão punidos com a ruína eterna, longe da face do Senhor e da glória do seu poder.
(II Tess 1, 9)

Quem não tinha o seu nome escrito no livro da vida, foi também atirado no lago de fogo.
(Apocalipse 20, 15)

Depois, quando saírem, hão de ver os cadáveres daqueles que se rebelaram contra mim, pois o verme que os corrói jamais morre e o fogo que os consome jamais se apaga: coisa asquerosa para tudo o que é carne.
(Isaias 66, 24)

Pois Deus não poupou os anjos pecadores, mas os precipitou no lugar do castigo e os entregou aos abismos das trevas, onde estão guardados até o juízo.
(II São Pedro 2, 4)

O que é o Inferno?

Assim como o Céu, o Inferno é uma realidade espiritual. Os exegetas e teólogos concordam que o Inferno é a condenação eterna da alma que morreu sem a graça de Deus, “vivendo” ela sem Deus e a felicidade infinita e eterna que somente se encontra na Vida de Deus.

De onde surgiu o Inferno?

O Inferno, propriamente dito, foi uma invenção do diabo. Pela rebelião dos anjos, o Inferno passou a existir, porque ele apareceu pela escolha de satanás de não servir a Deus e viver sem Ele. A partir do momento que esses seres fizeram essa escolha, a realidade de viver sem Deus passou a ser possível: seria possível passar a eternidade sem Deus. Eis aí a realidade do Inferno.
Logo que satanás e os demais anjos rebeldes encontraram-se nessa terrível realidade sem Deus, por inveja e ódio dos seres humanos, resolveram então tentar o ser humano para que a raça humana também pudesse cair nessa realidade infeliz. E Adão e Eva aceitaram a proposta de satanás: de viver sem Deus.


Quem pode ir para o Inferno?

Qualquer pessoa que morra sem a vida de Deus em sua alma.
Por Jesus Cristo adquirimos a graça santificante, ou a vida divina, em nossa alma. Pelo pecado mortal, a perdemos. Se alguém morrer em estado de pecado mortal, ou seja, sem a vida de Deus, sem a graça de Deus em sua alma, ela, após a morte, vai diretamente para o Inferno, de onde jamais sairá.
Portanto, o Inferno é uma escolha pessoal. Eu escolho pecar mortalmente e perder a vida de Deus em minha alma, e se morro assim, minha alma entra na eternidade sem a vida de Deus, e por isso, não posso viver com Deus por não ter morrido com sua Vida em mim.

O Senhor não tarda a cumprir sua promessa, como alguns interpretam a demora. É que ele está usando de paciência para convosco, pois não deseja que ninguém se perca. Ao contrário, quer que todos venham a converter-se.
(II São Pedro 3, 9)

Dize-lhes: † Juro por minha vida — oráculo do Senhor DEUS — não tenho prazer na morte do ímpio, mas antes que ele mude de conduta e viva! Mudai, mudai de conduta! Por que haverias de morrer, casa de Israel?
(Ezequiel 33, 11)

A pessoa que morre sem Deus, passará a eternidade sem Deus. É uma livre escolha da pessoa que morre nesse estado de morte espiritual, isto é, sem a vida divina em sua alma.

A Igreja diz no Catecismo:

§1033. Não podemos estar unidos a Deus se não fizermos livremente a opção de amá-lo. Mas não podemos amar a Deus se pecamos gravemente contra Ele, contra nosso próximo ou contra nós mesmos: "Aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia seu irmão é homicida; e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele" (1 Jo 3,14-15). Nosso Senhor adverte-nos de que seremos separados dele se deixarmos de ir ao encontro das necessidades graves dos pobres e dos pequenos que são seus irmãos  e morrer em pecado mortal sem ter-se arrependido dele e sem acolher o amor misericordioso de Deus significa ficar separado do Todo-Poderoso para sempre, por nossa própria opção livre. E é este estado de auto-exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa com a palavra "inferno".
§1034. Jesus fala muitas vezes da "Geena", do "fogo que não se apaga", reservado aos que recusam até o fim de sua vida crer e converter-se, e no qual se pode perder ao mesmo tempo a alma e o corpo. Jesus anuncia em termos graves que "enviar seus anjos, e eles erradicarão de seu Reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade, e os lançarão na fornalha ardente" (Mt 13,41-42), e que pronunciar a condenação: "Afastai-vos de mim malditos, para o fogo eterno!" (Mt 25,41).
§1035 O ensinamento da Igreja afirma a existência e a eternidade do inferno. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente após a morte aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, "o fogo eterno". A pena principal do Inferno consiste na separação eterna de Deus, o Único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais aspira.

Onde fica o Inferno?

O Inferno não é um local físico. É um estado espiritual. O demônio que se rebelou e expulsou a vida divina de si, vive o inferno onde quer que ele esteja. Ele carrega consigo essa condenação ao qual se submeteu por querer não servir a Deus e viver uma independência. Também, a pessoa humana que morrer sem penitência final, em pecado mortal, também terá o Inferno em si.

Quais são os sofrimentos daqueles que foram para o Inferno?
O Inferno, por ser uma separação eterna de Deus que é Amor, felicidade, justiça, paz, beleza em termos infinitos, a alma separada de Deus não encontrará nada disso, antes o vácuo espiritual. Será como uma depressão profunda eterna em escala quase infinita, contudo eterna. Não haverá nenhuma faísca de felicidade ou gozo, de virtude ou amor, antes, a alma sentirá somente aquilo que existe quando Deus não está: ódio, infelicidade, tristeza, remorso, medo, terror, etc. A alma, vendo que perdeu um Bem eterno e infinito, se punirá a si mesma eternamente com pensamentos e sentimentos de remorsos. Será uma punição espiritual da qual temos pouca ideia por estarmos ainda ligados ao sentido do corpo. Nessa condição de Inferno o condenado se sentirá limitado, mutilado, sem Deus por toda a eternidade. Um vazio interior, uma depressão penetrante, será como um fogo, um verme que o corroerá para sempre. Não conseguirá o perdão de Deus, porque não se arrependerá, apesar de Deus o querer perdoar. Viverá num dilema terrível e imutável: terá saudade de Deus que viu no seu julgamento particular, após sua morte, mas não  se sentirá capacitado para amá-Lo e por isso se não se arrependerá, e o perdão de Deus não conseguirá atingir sua alma impenitente.
Será um ciclo de dor e de revolta, de querer viver a felicidade sem Deus, sabendo que isto não lhe será possível, porque descobre que fora de Deus nada existe senão o que não é Deus, isto é, o nada.
A alma se odiará e odiará tudo o que existe, porque não será capaz de amar, porque não está com Deus, e só Deus é amor. E quanto mais lembrar-se de Deus e de sua Criação, se torturará ainda mais, sabendo o que perdeu, porém, não será capaz de reverter o processo de autopunição, por não ser capaz de sentir amor por si. Será um circulo vicioso de dor, ódio, infelicidade, inquietação. A pessoa terá plena consciência de sua vida terrestre e do que perdeu junto de Deus.
Quanto mais próxima a pessoa foi de Deus em vida, quanto mais conhecimento tinha de Deus e das coisas do céu, ou quanto mais capaz foi de conhecer a Verdade, maior será seu sofrimento se vier a cair nesse estado infernal. Será maior o abismo espiritual que abriu para si mesmo entre sua alma e Deus. 

Não haverá fogo no Inferno? 

Esse fogo do qual fala a Escritura é um fogo espiritual, nada tendo a ver com o fogo físico. É o fogo da sua punição interior, onde seus sentidos arderão como brasas por remorso e ódio de si mesmo por ter fugido de um Deus tão amoroso. É o fogo do amor de Deus que está em toda parte que a queimará: a alma encontrará Deus que é amor em toda parte, mas fugirá Dele e não fixará seus sentidos em Deus, mas em si mesmo. Fará de si um deus oco e sem poder, onde cairá sempre num vazio de depressão eterna. Este é o fogo interno que sentirá a alma eternamente, que arderá em si, como (metaforicamente) “o calor no inverno que ao invés de esquentar queima a pele e faz a pessoa sofrer”.  Deus é o calor no inverno para aqueles que se salvam, mas para os que se perdem é o que queima suas peles. 

Se Deus é amor, por que Ele permite que exista o Inferno? 

Como Deus é amor, se não existisse o Inferno, isto demonstraria que Ele não é amor. O amor não obriga ninguém a nada. O ditador que obriga seus súditos a cumprirem suas leis não demonstra amor. Aquele que amarra a si alguém não ama este alguém, mas quer esta pessoa como escrava.
Deus fez seres livres para amar segundo suas próprias escolhas. Ele não obriga ninguém a amá-Lo ou servi-Lo. Ele quer pessoas livres, não escravos ou robôs. As pessoas que morrem e vão para o Inferno, significa que não escolheram amar a Deus eternamente. Foi uma escolha. Deus sofre com isto, mas seu amor não pode obrigar essas pessoas a passarem a eternidade com Ele.
E se Deus resolvesse punir aqueles que pecam, não seria totalmente justo? Isso de nada feriria a perfeição do amor de Deus, porque o amor é verdade e justiça, é harmonia, é colocar as peças nos seus devidos lugares. E como o pecado fere a Deus, um Ser infinito, ele requer um pagamento infinito. Assim como alguém agredir uma pessoa comum como eu ou ferir o presidente da República tem um peso diferente, também, pecar contra um Deus infinito, imortal, eterno, amor, justo tem um peso segundo sua importância. Sabemos que Deus é infinitamente importante, porque Ele é infinito, portanto, pecar contra Ele tem um preço infinito. Sendo assim, somente um Deus infinito pode pagar esse preço, por isso Deus se encarnou e pagou o preço dos pecados daqueles que se achegam até Ele.
Se Deus resolvesse nos punir pelos nossos pecados, cada um deles, seria totalmente justo e em nada Ele erraria em fazer isto. Mas Ele não quer fazer isto, tanto é que Ele veio em Pessoa nos salvar.

Em outro Blog escrevi uma pequena história sobre uma alma que caiu o Inferno e o que ela viu lá. Claro que é uma parábola, mas tentei seguir o que a Sagrada Escritura ensina e o que os santos da Igreja viram através de visões sobre esse estado perpétuo.

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