quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

AS ALMAS ESTÃO DORMINDO APÓS A MORTE?


John Schubert pergunta:

“Li seu blog e achei legal alguém se importar tanto com estudos da bíblia, então gostaria de tirar uam dúvida com você,
Lí na bíblia a seguinte passagem:
Ora, para aquele que está entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto).

Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento.

Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.
Eclesiastes 9:4-6
Ora, para aquele que está entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto).

Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento.

Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.
Eclesiastes 9:4-6

Segundo essa pasagem depois que morre já era e nã oacontece nada até Jesus voltar, ai não entendi aonde se encaixa o céu e inferno e o pulgatório.

Poderia me explicar isso, e me dizer onde encontro na bíblia essa explicação, principalmente do pulgatório?

Grato pela atenção

Abraço.”

A Sagrada Escritura não é um Livro pronto. Temos que ter em mente que ela não caiu do Céu com zíper e tudo e se fez presente no meio do Povo de Deus. Antes de tudo Ela foi vivida e depois escrita e só depois Ela foi tida como Palavra de Deus. Mas, como nos foi também revelado por são João no primeiro capítulo do seu Evangelho, Jesus Cristo é a Palavra de Deus. Assim como Jesus, que é cem por cento humano e cem por cento divino, assim também é a Palavra de Deus enquanto Escritura Sagrada – Ela é humana e divina, assim como Cristo.
Muitos assuntos na Sagrada Escritura foram sendo reveladas ao pouco ao Povo de Israel à medida que esse povo ia evoluindo em sua cultura e conseguia enxergar e viver essa Verdade. Como Israel era um povo supersticioso, porque saiu do meio de um povo supersticioso, era preciso que ele fosse educado, portanto Deus usou de pedagogia para revelar-se a esse povo, e também para revelar as verdades sobre a vida espiritual.
Isso é tanto verdade que o Povo de Israel esperava um Messias rei, assim como Davi, que os libertaria da tirania de outros povos e levaria Israel a ser a maior nação do mundo. Jesus Cristo nasceu como Rei, mas seu reinado é um reinado espiritual, nas almas dos cristãos, Ele é o Rei do Reino de Deus. Isso não tinha sido explicitamente revelado aos judeus e só foi possível entender isso depois da Ressurreição, porque até mesmo os Apóstolos esperavam um triunfo temporal de Jesus sobre todos os inimigos de Israel. Mas isso jamais ocorreu.
Muitas revelações bíblicas foram progressivas. Por exemplo: Deus não revelou seu nome de imediato; Deus não se mostrou como um Pai de imediato; Deus não proibiu o incesto de imediato, tanto é que antes de Moisés isso ocorria sem problemas; Deus não proibiu a poligamia de imediato, tanto que Salomão teve centenas de mulheres; Deus permitiu a pena de morte para os pecados de adultério e blasfêmia durante séculos e depois a proibiu veementemente; Deus “aceitou” o olho por olho e dente por dente durante muito tempo até que o proibiu; Deus aceitou o holocausto de animais até que o fez inválido. Deus usou de pedagogia com o seu Povo. Trabalhou com seu Povo segundo o que eles podiam suportar. Isso é evidente nas Sagradas Escrituras. Com relação com a Escatologia, isto é, ao estudo das coisas que acontecem durante e após a morte, não foi diferente. Deus não revelou tudo nos anos que antecederam a Vinda do Salvador. Mesmo por que o povo podia acabar invocando e adorando os mortos e por isso tentar entrar em contato com eles através da vidência, como faziam os povos ao seu redor, e o povo egípcio de onde eles saíram e trouxeram muitos dos seus costumes. Portanto, esse assunto não estava totalmente claro no Antigo Testamento, o que no Novo Testamento isso está explícito.
Contudo, em Jesus Deus se revelou completamente e revelou toda a Verdade. Não escondeu nada do que era necessário ao homem saber para sua salvação.
Jesus acreditava na imortalidade da alma e pregava sobre essa crença. Veja em Lucas 16, 19-31, a parábola que ele contou em que a alma viva e consciente do rico e de Lázaro estão no céu e no inferno, falando e pensando. O Senhor não contaria uma parábola que ensinasse um erro doutrinário. Jesus Cristo é a Verdade (São João 14, 6) e não ensinaria jamais uma mentira. Pode-se até ver que em nenhuma de suas parábolas ele conta um erro da razão ou que contradiga algo que Ele mesmo pregou.
Por conta da vida após a morte, o Senhor disse ainda: Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se” (São João 8, 56). Como Abraão poderia ver a Encarnação do Senhor se já estava morto? Ele viu o Senhor encarnado do mundo espiritual!
E mais, o Nosso Senhor Jesus Cristo falou: Ora, Deus não é Deus de mortos, e, sim, de vivos; porque para ele todos vivem.” (São Lucas 20,37-40). Nesse momento o Senhor estava refutando com os fariseus e saduceus sobre a Ressurreição dos corpos, porém, como Jesus sempre fez, Ele respondeu além. Ele falou da imortalidade da alma. Ele disse que Deus não é Deus de mortos, e que para Deus todos vivem. Ora, se o Senhor Jesus estivesse se referindo somente à ressurreição, Ele não teria tido que todos vivem para Deus, porque o que Ele quis dizer é que todos continuam vivos para Deus.
No episódio do Monte Tabor (São Lucas 9, 30-31)  em que o Senhor se transfigura para os três Apóstolos, aparecem-lhe Moisés e Elias. Sabemos que, pelo menos, Moisés morreu (Deuteronômio 34, 5) e foi colocado Josué como seu sucessor, assim como aconteceu com Pedro quando morreu. Moisés já estava morto e ainda apareceu para o Senhor. Como seria isso? Ele não estava dormindo esperando a Volta do Senhor e a ressurreição! Ele estava vivo em sua alma espiritual esperando a ressurreição do seu corpo que se tornaria incorruptível com a Volta gloriosa do Senhor!
O Senhor também declarou:

"os santos são como os anjos de Deus no céu" (S. Mateus 22, 30).

Ora, os anjos não têm corpos, assim, as almas viverão como os anjos no Céu.

Nosso Senhor deixou claro ao ladrão na Cruz que este estaria com Ele, ainda naquele dia, no Paraíso; e perceba que o Senhor Jesus só ressuscitou no terceiro dia, portanto o Senhor não ficou dormindo e o ladrão também não ficaria à espera da Segunda Vinda do Senhor no final dos tempos.

“E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
(São Lucas 23,43).

Após sua morte, Jesus, em alma (porque Ele é e era totalmente humano, portanto tinha uma alma imortal), "desceu" ao "mundo" dos espíritos e pregou aos que já haviam morrido:
Vemos isso explícito em I Pedro 3, 19-20:

“No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água.”

 E em I Pedro 4, 6:

“Porque por isso foi pregado o evangelho também aos mortos...”

São Paulo escreveu algo esclarecedor sobre a complexidade humana:

“Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5, 23).

São Paulo aqui “divide” o ser humano em três para explicar que Deus deve habitar em todo nosso ser: em nosso corpo físico, nossa alma e em nosso espírito.
E São Paulo vai dizer ainda:

"Para mim, viver é Cristo, e morrer é lucro... Sinto-me num dilema: meu desejo é partir e estar com Cristo, pois isto me é muito melhor...."(Fl 1, 21, 23)

Ele tinha consciência que depois que morresse iria viver com Cristo imediatamente.

E São João, no Apocalipse, vê almas de mortos que falam e oram:

“E havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. “E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a Terra.” (Apocalipse 6, 9)

E é muito explícito a Palavra do Senhor, mesmo no Antigo Testamento, que diz a Jeremias:

"E o Senhor disse-me: ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, a minha alma não se inclinaria para este povo; tira-os da minha face e retirem-se."
(Jeremias 15,1 ss)

Deus não é de mentiras. Moisés e Samuel já estavam mortos nessa situação que vivia o povo na época de Jeremias e Deus mostra que mesmo que esses dois profetas se colocassem para interceder, Ele não os ouviria. Ambos estavam mortos! Como poderiam eles falar com Deus mesmo mortos? Com certeza eles não estavam dormindo!

Portanto, com a chegada da Verdade, isto é, Jesus, foi-nos revelado completamente que, com a morte do corpo, a alma volta para Deus, consciente de seu estado e que fala, pensa e age, como seres humanos vivos. Portanto, existe vida após a morte em um estado até a Volta de Nosso Senhor Jesus Cristo, quando nossos corpos serão ressuscitados para se unirem às nossas almas.
Mas antes disso, nossa alma passará pelo juízo divino antes de ir para seu destino eterno.

“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.”
(Hebreus 9, 27)

Logo após a morte haverá o juízo com Deus, o que chamamos de Juízo Particular. E só no final dos tempos haverá o Juízo Universal ou Final.

Para finalizar, mais um texto sobre a imortalidade da alma humana:

“Outro anjo pôs-se junto ao ALTAR, com um turíbulo de ouro na mão. Foram-lhe dados muitos perfumes para que os oferecesse com as ORAÇÕES DE TODOS OS SANTOS NO ALTAR de ouro, que ESTÁ ADIANTE DO TRONO. A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com AS ORAÇÕES DOS SANTOS, DIANTE DE DEUS.” (Apocalipse de São João 8, 3-4)

Essas almas de mortos intercedem diante do Trono de Deus.

Bem, espero ter respondido claramente sua pergunta. A parte sobre o Purgatório responderei em outra postagem.

Que Deus abençoe você em sua busca pela Verdade.

tt

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

É NATAL

Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 5,33-36

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João:

Naquele tempo, Jesus disse aos judeus: Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. Eu, porém, não dependo do testemunho de um ser humano. Mas falo assim para a vossa salvação. João era uma lâmpada que estava acesa e a brilhar, e vós com prazer vos alegrastes por um tempo com a sua luz. Mas eu tenho um testemunho maior que o de João; as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor.
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Máximo de Turim
(? - c. 420), Bispo - Sermão 62

«Preparei uma lâmpada para o Meu Cristo» (Sl 132,17)

Na altura em que todo o universo se encontrava subjugado pelas trevas do diabo e o negrume do pecado reinava sobre o mundo, um novo sol, Cristo, Nosso Senhor, quis, nos últimos tempos e na escuridão da noite, espalhar a claridade dum novo dia. Antes de surgir esta luz, isto é, antes de que se manifestasse «o sol de justiça» (Ml 3,20), Deus anunciara já, pelos profetas: «Eu vos enviei todos os Meus profetas antes da luz» (Jr 7,25 [Vulgata]). Mais tarde, o próprio Cristo enviou os Seus raios, ou seja, os Apóstolos, a fazer brilhar a Sua luz e encher de Verdade a terra inteira, a fim de que ninguém se perdesse nas trevas. [...]
Nós, os homens, servimo-nos de lâmpadas para levar a cabo as nossas tarefas antes de o sol deste mundo nascer; ora, também o sol de Cristo teve uma lâmpada a preceder a Sua vinda, como diz o salmista: «Preparei uma lâmpada para o Meu Cristo» (Sl 132,17 [Vulgata]). O Senhor indica-nos quem é esta lâmpada, ao dizer, a respeito de João Baptista: «era uma lâmpada ardente e luminosa» (Jo 5,35). E o mesmo João diz de si próprio, como se fora o fraco clarão duma lanterna que se leva à nossa frente: «Mas vai chegar alguém mais forte do que eu, a quem não dou digno de desatar a correia das sandálias. Ele há-de baptizar-vos no espírito Santo e no fogo» (Lc 3,16); ao mesmo tempo, percebendo que a sua luz devia desvanecer-se perante os raios desse sol, diz: «Ele é que deve crescer, e eu diminuir» (Jo 3,30). Com efeito, assim como o clarão duma lanterna desaparece com a luz do sol, do mesmo modo o baptismo de arrependimento de João perde o valor com a chegada da graça de Cristo.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O BATISMO DE CRIANÇAS


O Batismo é a porta de entrada para o Reino de Deus. No Batismo a pessoa se torna filho de Deus (ao seu unir pelo Batismo ao Corpo de Cristo), recebe em sua vida a Vida divina e as graças necessárias para se salvar, torna-se membro do Corpo de Cristo, que é a Igreja, apaga o pecado original que acompanha todos os filhos de Adão, isto é, todos nascem sem a graça da salvação, sem os méritos infinitos de Cristo, méritos esses completamente necessários para a salvação eterna. E como se recebe essa Redenção de Cristo? A porta para essa Vida de Deus é o Batismo.
É necessário crer para receber a salvação? Sim, mas não necessariamente para o Batismo. Em nenhum lugar se diz para ser batizado é preciso crer, diz apenas que para ser salvo é preciso crer e batizar: as duas coisas, Fé e Batismo. Mas só se pode pedir Fé àquele que já pode crer, mas o Batismo pode ser dado a qualquer um, porque é necessário a todos os filhos e filhas de Adão. O crer pode vir depois quando a criança crescer.
O Batismo não é somente para perdoar o pecado original ou atual, mas também, como aconteceu com Cristo, é também para receber o Espírito Santo. Ele apenas se deixou batizar para cumprir preceito, para nos mostrar o que deve ser feito, porque Ele não tinha necessidade de se limpar do pecado original ou de algum pecado atual, porque Ele nasceu sem o pecado original, pois sua Mãe não Lhe transmitiu a "separação" de Deus que todo homem tem quando vem ao mundo.
Você pode dizer que não é ideal batizar bebês, mas Deus mesmo ordenou que se consagrasse todo menino de 8 dias de vida (8 dias de vida!), circuncidando-o no oitavo dia. A criança nem sabia o que estava acontecendo, mas mesmo assim já estava sendo consagrada a Deus pelas mãos de seus pais e do sacerdote da Antiga Aliança, isto é, a fé dos pais e do sacerdote já lhes garantia essa dádiva da consagração.

O Batismo é uma circuncisão da alma São Paulo mesmo escreve (Romanos 2, 25-29). Vê se que se circuncidava ao oitavo dia de vida, sem mesmo a criança saber o que lhe estava sendo ministrado. Mas, no futuro saberia e creria. Assim é o que acontece com o Batismo administrado aos bebês.

“Foram circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo da carne, a saber, a circuncisão de Cristo” (Cl 2,11), isto é, o Batismo.

Portanto, se era uso comum circuncidar os bebês, consagrando-os a Deus na Velha Aliança, na nova as crianças não têm direito de nascer de novo da água e do Espírito, quando elas também tem essa necessidade? ou as crianças não precisam nascer do Espírito Santo, não precisam ser consagradas a Deus, pela circuncisão de Cristo, no coração e na alma, recebendo a marca eterna dessa consagração através do Batismo?

Jesus disse: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus." 
(Evang. de São João, capítulo 3)

Se não nascer da água e do Espírito, isto é, pelo Batismo (circuncisão da alma e do coração) não entrará no reino de Deus. Esta Palavra de Cristo não é para todos os seres humanos?
Se damos o melhor para nossos filhos, roupas, calçados e comida, por que não dar o melhor do espiritual que é a redenção de Cristo, consagrando-os a Deus, permitindo que a criança se torne Templo do Espírito Santo desde seu primeiro dia de vida? (1 Cor 3, 16-17)
Pergunta-se então: mas não são inocentes de qualquer pecado esses bebês? Com certeza o são porque ainda não pecaram atualmente, porém, por serem descendentes de Adão e Eva, nascem separados da vida da graça, de Deus, da salvação, portanto.

"Certamente em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu a minha mãe."
(Sl 51,5)

"Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram." (Rm 5,12)

No início da Igreja já era costume o Batismo das crianças, como nos é provado historicamente, caindo assim a acusação dos Protestantes que diz que esse uso só surgiu a partir do século IV ou V. Veja:

No segundo século, Irineu escreveu a primeira declaração sobre a prática na Igreja do Batismo das crianças:

“Ele (Jesus) veio para salvar a todos através dele mesmo, isto é, a todos que através dele são renascidos em Deus: bebês, crianças, jovens e adultos. Portanto, ele passa através de toda idade, torna-se um bebê para um bebê, santificando os bebês; uma criança para as crianças, santificando-as nessa idade…(e assim por diante); ele pode ser o mestre perfeito em todas as coisas, perfeito não somente manifestando a verdade, perfeito também com respeito a cada idade” (Contra Heresias II,22,4 (ano 189)).

 Irineu foi batizado por Policarpo, e este foi discípulo de São João Evangelista.

No ano 215, Hipólito escreveu:

“Onde não há escassez de água, a água corrente deve passar pela fonte batismal ou ser derramada por cima; mas se a água é escassa, seja em situação constante, seja em determinadas ocasiões, então se use qualquer água disponível. Dispa-se-lhes de suas roupas, batize-se primeiro as crianças, e se elas podem falar, deixe-as falar. Se não, que seus pais ou outros parentes falem por elas” (Tradição Apostólica 21,16).

Orígenes fez uma firme declaração com respeito à origem apostólica do batismo das crianças:

“A Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de dar Batismo mesmo às crianças. Os apóstolos, aos quais foi dado os segredos dos divinos sacramentos sabiam que havia em cada pessoa inclinações inatas do pecado (original), que deviam ser lavadas pela água e pelo Espírito” (Comentários sobre a Epístola aos Romanos 5,9 (ano 248)).

"Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças" (São Cipriano, ano 248 - Carta a Fido).

Finalmente, eis uma interessante citação do eminente Teólogo Protestante Dr. R.C. Sproul, em “Verdades Essenciais da Fé Cristã”, com relação ao batismo das crianças:

“A primeira menção direta ao Batismo das crianças se vê por volta do meio do segundo século. O que é digno de nota sobre esta menção é que concorda que o Batismo das crianças era uma prática universal da Igreja. Se o Batismo das crianças não estivesse em prática no primeiro século da Igreja, como e por que começou como doutrina ortodoxa tão cedo e tão generalizadamente? Não somente foi uma rápida e universal disseminação, mas a literatura sobrevivente daquele tempo não demonstra nenhuma controvérsia a respeito desse costume. [...] A história da Igreja sustenta o testemunho da prática universal e não controvertida do Batismo das crianças no segundo século”.

Os Reformadores Lutero e Calvino também acreditaram ser apropriado batizar crianças.

Por isso, termino com duas frases; uma de Nosso Senhor Jesus Cristo e outra de seu atual Representante na Terra, Papa Bento XVI:
 
Dêem a César (ele que representa o mundo) o que é de César e a Deus o que é de Deus.”

“(As crianças) Não são propriedade privada dos pais, estes devem ajudá-las a ser filhas de Deus.”

A Jesus a glória e a nós a Misericórdia!

tt